Salgadeira é condenada a 17 anos de prisão por esquartejar marido 5d2g2m

11/06/2025 22h52 - Atualizado há 1 dia

O julgamento ocorreu na 1ª Vara Criminal de Três Lagoas 2c366o

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Aparecida Graciano de Souza durante o julgamento no Fórum de Três Lagoas. (Reprodução Transmissão via Youtube)

A salgadeira Aparecida Graciano de Souza sentou no banco dos réus nesta quarta-feira (11), onde foi condenada a 17 anos de prisão por envenenar e esquartejar o marido, Antônio Ricardo Cantarin, em maio de 2023. O julgamento ocorreu no Fórum de Três Lagoas.

O julgamento foi presidido pelo juiz de Direito Rodrigo Pedrini Marcos, da 1ª Vara Criminal de Três Lagoas. Por maioria de votos, a salgadeira foi condenada por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.

Sendo assim, ela foi condenada a 17 anos e 4 meses de prisão, além de 10 dias de multa. O regime estabelecido é fechado.

Bate-boca durante julgamento

Pouco depois de um dos intervalos durante os debates do júri popular, um bate-boca deixou os ânimos exaltados no plenário. Isso porque o advogado Rogério de Souza Silva, que representa a defesa da salgadeira, afirmou que não há exame pericial conclusivo para o uso do veneno.

Logo, o promotor de justiça Dr. Luciano Anechini Lara Leite esclareceu que não houve a juntada do documento, mas houve, sim, o laudo pericial.

“Se ele vai induzir os jurados ao erro, eu peço a Vossa Excelência que estou requerendo que seja apontada a página dos autos em que diz que não houve o exame pericial. Qual é a página dos autos? Foi requerida a juntada do laudo, que não voltou, é diferente, tá doutor?! O senhor costuma manipular as coisas assim, então a gente vai fazer todas as questões de ordem necessárias”, disse.

Em seguida, a defesa confirmou e o promotor revelou que estudou o processo desde 2023 e afirmou: “Eu não caí de paraquedas”.

‘Amnésia auditiva’

Depois, o advogado Rogério falou em plenário que a cliente é confessa e mencionou uma “amnésia auditiva”. “A senhora fez o que fez por qual razão? Quando se falou do alegado estupro, tem uma amnésia auditiva. Ela disse na delegacia, disse em juízo e disse aqui, nós vamos repetir”, afirmou.

Neste momento, o promotor rebateu: “Amnésia auditiva não, é a mesma pessoa que diz que cuidava bem dele, decapitado, né doutor?”. Então, os ânimos se exaltaram e o juiz pediu ordem.

No entanto, o bate-boca continuou, sendo o promotor Dr. Luciano acusado de desrespeito com a defesa, momento em que ele rebateu novamente e disse que, na verdade, estava sendo ofendido. “O que estou sendo indelicado com isso, desrespeitoso com isso? O senhor está dizendo que eu fui deselegante?”, falou o promotor.

Diante da discussão, o magistrado colocou ordem novamente. “Vamos manter a ordem aqui, não sou peça de enfeite aqui nesse júri”, ordenou.

Defesa alega que salgadeira esquartejou marido após abusos sexuais e ameaças

Conforme os advogados Kethiny Figueiredo, Rogério de Souza e Valdir Rocha dos Santos, Aparecida teria vivido durante quase dois anos sob cárcere emocional, sendo supostamente dopada e violentada rotineiramente pelo marido.

Aparecida era forçada a consumir bebidas alcoólicas misturadas com medicamentos e abusada enquanto estava inconsciente, conforme o relato dos advogados ao site Rádio Caçula. “Ela foi colocada em uma situação de terror diário. No dia dos fatos, ele se revelou: disse que não precisava mais dopá-la para fazer o que queria. Aquilo foi o estopim”, relatou o advogado Valdir Rocha.

Relembre o caso

Em interrogatório, a idosa contou que se lembrou de quando a irmã quase morreu ao ingerir veneno de rato e, por isso, resolveu dar ao marido, dizendo que era remédio. Ao anoitecer, constatou que o marido já havia morrido e ela cobriu o corpo com um lençol.

Na segunda-feira, dia 22 de maio de 2023, a mulher disse para os vizinhos que parentes do marido haviam levado ele para tratamento em São José do Rio Preto, em São Paulo.

Preocupada com o corpo que estava em sua residência e já começava a cheirar mal, na terça-feira, dia 23, pela manhã, a idosa esquartejou o marido, separando o tronco, a cabeça, os braços e as pernas. Disse ainda que sempre matou porcos e sabia como fazer esse procedimento. Ela então colocou plástico na cama e usou panos para conter o sangramento.

No dia seguinte, quarta-feira, dia 24, como o cadáver começou a cheirar mal, a mulher colocou o tronco em uma mala preta e o restante em sacos plásticos, armazenando-os em um freezer.

Como não conseguia carregar a mala com o corpo, a mulher pediu ajuda de dois rapazes, dizendo que na mala havia retalhos de tecidos. Após colocar a mala dentro do carro, a mulher seguiu em direção à rodovia, na saída para Três Lagoas, depois entrou em uma estrada que já conhecia e empurrou a mala da porta do carro, voltando para a cidade.

No outro dia, quinta-feira, dia 25, a mulher não conseguiu se desfazer do restante do corpo, pois o carro havia apresentado problema. Então, no dia seguinte, conseguiu deixar as outras partes também na saída para Três Lagoas.

No mesmo dia, a polícia apareceu em sua casa. A princípio, ela negou, mas depois de entrar em contradição, confessou que matou o marido com veneno de rato e o esquartejou. Então, indicou aos policiais onde estava o restante do corpo.

Layane Costa

MIDIAMAX